Foram alguns anos de tristezas, frustrações e incertezas. Mas na noite deste domingo (12) o Esporte Clube Vitória voltou ao lugar que lhe pertence no cenário do futebol brasileiro, devolveu o sorriso do torcedor e confirmou oficialmente seu retorno à Série A do Brasileirão. E como toda boa história, o capítulo final da classificação ganhou contornos de drama e apreensão, que foram cessadas com uma linda virada do rubro-negro na partida diante do Novorizontino por 2×1. A festa só não foi maior porque a partida aconteceu fora de casa, no estádio Jorge Ismael Biasi, em Novo Horizonte, interior de São Paulo.
O time comandado por Léo Condé saiu atrás do placar aos 19 minutos do primeiro tempo com gol de Rômulo. E por muito pouco não viu o Novorizontino disparar na frente, já que os mandantes perderam, pelo menos, mais duas grandes chances de gol. Mas o roteiro da temporada está muito bem escrito a favor do Leão. O gol de empate saiu dos pés de um dos personagens mais importantes do campeonato até aqui: Léo Gamalho. E a virada que consagrou o lugar no G4 saiu no último minuto do pé direito de Welder em cobrança de pênalti.
O primeiro tento veio em cruzamento de Zeca, a bola passa por Iury Castilho, que não alcança, e morre nos pés do camisa 9, que domina, olha e toca no canto do goleiro Georgemy. O gol já era o suficiente para dar o Vitória o acesso, mas a confirmação veio com a rede sendo balançada pelo camisa 19 aos 51 da segunda etapa. Até os minutos finais, a partida teve emoção e chances dos dois lados, com Lucas Arcanjo salvando o time e a defesa bloqueando chutes cara a cara contra a meta do Vitória.
Acesso merecido, confirmado com 67 pontos e duas rodadas de antecedência, e que agora abre espaço para o epílogo da história escrita pelo Vitória até aqui. Chegou a hora pensar no inédito título nacional que pode ser conquistado nesta Série B. E falta muito pouco.
Para isso, a torcida e o elenco rubeo-negro têm que cruzar os dedos e torcer por mais uma combinação de resultado. A torcida é para que o Criciúma não vença o duelo diante do Guarani, no Brinco de Ouro, em Campinas na próxima terça-feira (14).
Do sufoco ao alívio
Léo Condé entrou em campo com um time bastante modificado em relação ao último jogo diante do Vila Nova. Apesar das ausências de Gegê e Rodrigo Andrade, contou com os retornos de Wellington Nem, Dudu e Iury Castilho. Os dois últimos nomes, aliás, entraram no onze inicial do treinador.
Castilho ficou aberto pelo lado e formou trio de ataque com Osvaldo e Léo Gamalho. Mateusinho, autor do gol de empate no último jogo, foi deslocado para a lateral esquerda, fazendo dupla com Zeca na direita. Giovanni Augusto e Matheus Trindade completaram o meio-campo ao lado de Dudu.
A partida começou com uma pressão dos donos da casa que precisavam do gol para se manterem firmes na briga pelo G4. O desenho natural do jogo se formou e o Novorizontino teve duas chances claras com Lepo e César Martins. Na sequência, aos 19 minutos, Geovane fuzilou de fora da área e Lucas Arcanjo espalmou para o meio da área. Rômulo, sozinho, bateu de primeira para as redes e fez o 1×0.
A derrota simples no placar era lucro para o Vitória até o fim da primeira etapa. O centroavante Ronaldo quase ampliou o placar duas vezes e assustou Lucas Arcanjo, mas aos 50 minutos Léo Gamalho recebeu uma bola de presente para empatar. Zeca cruzou na área e o camisa 9 estava sozinho para dominar e completar o gol. 1×1 e o cenário de preocupação se transformou em alívio para a torcida rubro-negra.
Na volta do intervalo, Condé viu o cenário de pressão que sofreu nos 45 minutos iniciais e acionou o sistema de três zagueiros. Gamalho sentiu dores no joelho direito e foi substituído por João Victor, que entrou na zaga para atuar com Camutanga e Wagner Leonardo. Já Giovanni Augusto saiu para a entrada do atacante Mateus Gonçalves. O departamento médico afirmou que o centroavante ainda será melhor avaliado para entender a situação da lesão no joelho.
As mudanças fizeram o time melhorar, mas não cessaram totalmente as investidas dos mandantes. O jogo ficou frenético, com chances para as duas equipes. Douglas Baggio quase amplia com um toque de cobertura que bateu no travessão aos 12 minutos e, pouco tempo depois, bateu cruzado e a bola saiu rente ao gol do Leão.
Do lado do Vitória, Mateus Gonçalves entrou muito bem e criou chances pelo lado esquerdo. Em uma delas também acertou o travessão e quase virou a partida. Mas quem brilhou foi Lucas Arcanjo. Em lançamento que saiu do campo de defesa, o atacante do Novorizontino Felipe Marques arrancou e saiu cara a cara com o goleiro do rubro-negro. Arcanjo fechou muito bem o ângulo e defendeu e redonda com o pé direito.
Quando o acesso estava encaminhado com o empate no sufoco, quem recebeu a bola enfiada foi Zé Hugo, que entrou no lugar de Osvaldo, e o camisa 17 foi derrubado por Georgemy ao driblar o goleiro adversário. Welder, que também veio no banco na vaga de Iury Castilho, deslocou o goleiro e bateu no canto esquerdo para fechar o marcador e selar de vez a classificação do Vitória