31 corpos de vítimas de queda de avião em Vinhedo (SP) são resgatados
  • agosto 11, 2024
  • Francisco Tavares
  • 0

O número de vítimas da queda do avião da Voepass no município de Vinhedo, a 79 km da capital paulista, subiu para 62. Até o início da tarde deste sábado, (10), os corpos de 31 delas haviam sido retirados do local do acidente. Dois deles foram identificados —o piloto e o copiloto do voo.   

Todos os corpos resgatados foram levados para o IML (Instituto-Médico Legal) Central da cidade de São Paulo para identificação.

O tenente Ramatuel Silvino, da Defesa Civil, afirmou que os trabalhos para a identificação dos corpos foram iniciados e alguns parentes das vítimas, atendidos. Segundo ele, os familiares ficarão em hotéis na capital e serão concentrados no auditório do Instituto Oscar Freire, próximo do IML.  

Até a tarde deste sábado, cinco famílias haviam sido atendidas, de acordo com a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos). Elas receberam orientação para a entrega de documentos médicos que possam auxiliar na identificação de corpos e para a coleta de materiais biológicos para a realização de exames genéticos, quando necessário.  

No auditório, eles contarão com o auxílio de psicólogos.   

Dois dos 12 corpos foram identificados ainda no condomínio de casas onde caiu o avião, segundo o capitão Michael Cristo, porta-voz do Corpo de Bombeiros.

Na manhã deste sábado, a tenente Olívia Perrone, também dos Bombeiros, disse que 9 dos 21 corpos resgatados estavam preservados próximo ao avião.

De acordo com ela, o trabalho de resgate foi acelerado na manhã deste sábado por causa da claridade do dia. Mesmo assim, os bombeiros evitam estimar o tempo necessário para a retirada de todos os corpos.

“Estamos fazendo um trabalho cuidadoso para preservar ao máximo os corpos para facilitar a identificação e por respeito às famílias das vítimas”, afirmou. Segundo ela, os dois corpos identificados estavam na região da cabine do avião.

A aeronave caiu na sexta-feira (9), durante viagem de Cascavel (PR) a Guarulhos (Grande São Paulo), na área de uma casa no condomínio Recanto Florido, no bairro Capela. Imagens feitas por moradores mostram o avião em queda livre e, na sequência, uma explosão seguida por muita fumaça.

O acidente matou os 58 passageiros e os quatro tripulantes que estavam a bordo. Inicialmente, foi divulgado que 61 pessoas estavam no avião. Mas, neste sábado (10), a Voepass afirmou que o nome de um passageiro, Constantino Thé Maia, não constava da lista de embarcados.   

A aeronave, que decolou às 11h50 e tinha previsão de chegada às 13h40, perdeu 3.300 metros de altitude em menos de um minuto a partir das 13h21, segundo o site Flight Aware, que monitora voos em tempo real ao redor do mundo.

Registros do site mostram que o bimotor começou a perder altitude às 13h20, quando estava a cerca de 5.100 metros. Cerca de um minuto depois, atingiu 1.798 metros, no último registro disponível.

Segundo a Força Aérea Brasileira, o avião deixou de responder às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo às 13h21. O piloto não teria declarado emergência ou reportado estar sob condições meteorológicas adversas.  

A Voepass, dona da aeronave, disse que ainda não tem informações sobre a causa do acidente. O CEO da companhia aérea, Eduardo Busch, afirmou ainda que tudo o que tem circulado nas redes sociais é especulação.  

Nas primeiras horas após o acidente, especialistas em aviação ouvidos pela Folha levantaram duas hipóteses principais para o caso com base nos primeiros detalhes, ressaltando que é cedo para determinar as causas.   

Vídeos do momento da queda mostram que a aeronave desceu rodopiou no ar, mantendo-se em posição horizontal, manobra conhecida como “parafuso chato”. Essas condições, segundo especialistas indicam que o piloto havia perdido o controle da aeronave e as condições de arremeter —ou seja, apontar o nariz da aeronave para baixo e usar os motores para ganhar novamente sustentação no ar.  

O especialista em segurança de voo Roberto Peterka levantou a possibilidade de que gelo tenha se acumulado nas asas da aeronave. Já o engenheiro Hildebrando Hoffman, professor aposentado de Ciências Aeronáuticas da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), citou a hipótese de que tenha ocorrido uma falha na posição das hélices.

Ambas as hipóteses teriam afetado a capacidade de tração da aeronave. Eles descartaram a possibilidade de falha elétrica ou no motor, pois há sistemas auxiliares que normalmente não fariam com que o avião caísse em queda livre, como se vê nas imagens. A pane seca também está descartada, uma vez que o combustível queimou no solo, após a queda.

O avião era um ATR-72, fabricado em 2010 e tinha certificados de matrícula e de aeronavegabilidade válidos, segundo a Anac (Agência Nacional de Avião Civil). O voo contava com quatro tripulantes a bordo no momento do acidente e todos estavam devidamente licenciados e com as habilitações válidas.

“A aeronave estava regular, em todas as condições de aeronavegabilidade. Temos a rastreabilidade desde que a aeronave foi construída e isso será levantado e a informação será prestada à investigação feita pelo Cenipa”, disse o diretor da agência, Luiz Ricardo.  

A caixa-preta do avião foi recuperada, de acordo com o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), da Força Aérea Brasileira. O acidente foi considerado de alta complexidade e havia uma preocupação de que altas temperaturas pudessem ter danificado os equipamentos.  

A unidade de São Paulo, Cenipa 4, disse ter conseguido encontrar os gravadores, nas siglas em inglês, CVR, o cockpit voice recorder, e o FDR, flight data recorder. O primeiro grava vozes da cabine e o outro dados do voo, como altitude, meteorologia, velocidade, dentre outros.
  

Vítimas do voo 2283

PASSAGEIROS

– Constantino Thé Maia

– Rosangela Souza

– Eliane Andrade Freire

– Luciani Cavalcanti  

– José Fer  

– Denilda Acordi

– Maria Auxiliadora Vaz de Arruda

– José Cloves Arruda

– Nélvio José Hubner

– Gracinda Marina Castelo da Silva

– Ronaldo Cavaliere  

– Silvia Cristina Osaki

– Wlisses Oliveira

– Hialescarpine Fodra

– Daniela Schulz Fodra

– Regiclaudio Freitas

– Simone Mirian Rizental

– Josgleidys Gonzalez

– Maria Parra   

– Joslan Perez   

– Mauro Bedin  

– Rosangela Maria de Oliveira  

– Antonio Deoclides Zini Júnior

– Kharine Gavlik Pessoa Zini

– Mauro Sguarizi

– Leonardo Henrique da Silva

– Maria Valdete Bartnik

– Renato Bartnki

– Hadassa Maria da Silva  

– Raphael Bohne

– Renato Lima

– Rafael Alves

– Lucas Felipe Costa Camargo

– Adrielle Costa

– Laiana Vasatta

– Ana Caroline Redivo

– José Carlos Copetti

– André Michel

– Sarah Sellalanger

– Edilson Hobold

– Rafael Fernando dos Santos

– Lizibba dos Santos

– Paulo Alves

– Pedro Gusson do Nascimento

– Rosana Santos Xavier

– Thiago Almeida Paula

– Adriana Santos

– Deonir Secco

– Alípio Santos Netos

– Raquel Ribeiro Moreira

– Adriano Da Luca Bueno

– Miguel Arcanjo Rodrigues Junior

– Diogo Avila

– Luciano Trindade Alves

– Isabella Santana Pozzuoli

– Tiago Azevedo

– Mariana Belim

– Ariane Risso

 TRIPULANTES  

– Debora Soper Avila (comissária de bordo)

– Rubia Silva de Lima (comissária de bordo)

– Humberto de Campos Alencar e Silva (copiloto)

  – Danilo Santos Romano (comandante) 

Fonte: BN

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Verified by MonsterInsights