O material ilícito foi apreendido pela Guarda Municipal que encaminhou a situação, na quarta-feira (3), ao Conselho Tutelar.
Após uma arma de fogo ter sido apreendida na quarta-feira (3) em posse de um aluno de 11 anos da rede municipal de ensino, a Polícia Civil, através da 2ª Delegacia Territorial de Feira de Santana, por meio do delegado titular Yves Correia, investiga o caso.
O material ilícito foi apreendido pela Guarda Municipal que encaminhou a situação, na quarta-feira (3), ao Conselho Tutelar. O Acorda Cidade conversou com o delegado Yves, que deu detalhes sobre as investigações preliminares.
A princípio, ele destacou que a arma, um revólver calibre 38, de acordo com o menino, foi encontrada em um matagal.
Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade
“A criança foi encaminhada para o Conselho de Tutelar, ela foi ouvida, logicamente, os pais também ouvidos para entender a procedência dessa arma. A criança afirma que achou a arma no mato, de forma aleatória, mas lógico, isso tudo vai ser apurado, o B.O. foi registrado aqui também para questão da arma em si, para apurar a procedência. E a Polícia Civil vai continuar ouvindo as pessoas, identificando e, graças a Deus, não houve maiores danos, pelo menos para os outros colegas, outras crianças que lá estavam e nenhum funcionário”, disse.
Questionado sobre a presença da família nas investigações do caso, conforme o delegado, o pai da criança já faleceu e o padrasto e a mãe serão ouvidos.
“O pai desse garoto já morreu, ele tem um padrasto e uma mãe que, me parece, tem problemas com álcool. Logicamente o Conselho Tutelar está lá e toda a assistência psicossocial vai dar o auxílio para a criança para poder dar um encaminhamento da melhor forma. Então, o que cabe a nós da Polícia Civil é mesmo apurar essa questão da arma, da procedência, saber se ele tem algum tipo de ligação com algum traficante, com alguma facção, enfim, porque a gente sabe que aqui em Feira e em outros lugares também muitas facções estão buscando até crianças e adolescentes para entrarem no mundo da criminalidade, da marginalidade. Então a gente tem que está apurando tudo e todos os detalhes”.
De acordo com informações obtidas pelo Acorda Cidade através do comandante da Guarda Municipal, Itamar Soares, a arma encontrada com o garoto estava desmuniciada. Conforme o delegado, o material foi encaminhado para a perícia.
“A perícia vai dizer também se a arma tinha ou não potencialidade lesiva. A arma foi encaminhada para a perícia para saber se era uma arma também velha, inútil. É sempre um cuidado que você tem que ter, até porque escola, na verdade é um lugar de educação e não de arma, não de violência”.
Além das investigações que seguem na Coordenadoria Territorial, o delegado frisou ainda que a criança foi ouvida e será acompanhada pelo Conselho Tutelar.
“Quando chegou a criança aqui na delegacia, a DAI encaminhou para o Conselho de Tutelar para que fosse realizada escuta especializada, que é extremamente importante para evitar qualquer trauma maior para a criança, que a ideia é tentar resgatá-la para que ela consiga seguir diante da doutrina da proteção integral de criança e adolescente da própria constituição. Na verdade, vai ter que se identificar a autoria, de quem é a arma, qual é a procedência dessa arma, então assim, lógico, que se chama os pais para entender o que está acontecendo. Então, isso tudo, sem dúvidas, o Conselho Tutelar, junto com a Vara da Infância vai tomar as providências”.
Yves Correia finalizou ainda reforçando a importância da segurança nos espaços educacionais, a fim de garantir a formação de cidadãos e a diminuição da criminalidade.
“Temos procurado conscientizar, já fiz três palestras aqui em Feira e região. Fiz em Santo Estevão, fiz em Antônio Cardoso, fiz aqui no Sesc, Sesi em Feira de Santana e até a ideia é que a gente reforce esse ciclo de palestras nas escolas, conscientizando as crianças, os adolescentes, para focar no futuro melhor. Buscar estudar, buscar o lado bom. Então, eu acredito que é importante a gente da polícia também começar a se inserir melhor nesse âmbito também da educação, das escolas, para poder tentar resgatar essas almas ainda que há uma esperança, que se resgate para que a gente tenha um futuro menos violento”, concluiu. (Acorda Cidade).
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