Mulher é assassinada no bairro Papagaio; companheiro é suspeito de crime 
  • outubro 14, 2023
  • Francisco Tavares
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Segundo o filho da vítima, o casal tinha discussões frequentes. 

Dalva Ferreira, 56 anos, foi assassinada na tarde desta sexta-feira (13), dentro do quarto de uma casa localizada na Rua Afrodite, bairro Papagaio, em Feira de Santana.  

Segundo informações apuradas pela reportagem do Acorda Cidade, a vítima residia com a filha, na Rua Apolo, mesmo bairro, no entanto o crime aconteceu na residência do companheiro dela, com quem mantinha um relacionamento por cerca de cinco anos. 

Ele confessou o crime e foi preso em flagrante. O mesmo foi encontrado no local, pois segundo a polícia, depois que os moradores encontraram o corpo não permitiram que ele saísse do local até a chegada das guarnições das polícias Civil e Militar. 

Entenda o caso 

No último domingo (8), Dalva Ferreira saiu de casa e um tempo depois, os familiares sentiram sua falta. Ainda de acordo com as informações colhidas no local do crime, Dalva teria se deslocado para a casa do flagranteado. O filho da vítima ao chegar na residência do homem nesta sexta, encontrou a mãe morta com ferimentos na cabeça. 

Feminicídio

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade 

Segundo o filho, o casal tinha discussões frequentes. À medida que as autoridades iniciaram o levantamento cadavérico e a perícia de local, ficou evidente que Dona Dalva apresentava duas lesões cortocontundentes na região da cabeça, especificamente na lateral esquerda. Essas lesões eram compatíveis com ferimentos causados por uma arma branca, identificada posteriormente como um facão encontrado no interior da residência. 

Delegado Fabrício Linard | Foto: Ed Santos/Acorda cidade 

Ao Acorda Cidade, o delegado Fabrício Linard, ressaltou que o crime provavelmente ocorreu durante a noite, baseado na rigidez cadavérica que o corpo de Dona Dalva apresentava. Infelizmente, somente ao meio-dia o companheiro procurou por familiares, alegando que ela havia caído em casa e estava sangrando. No entanto, quando os parentes chegaram, a vítima já havia falecido. 

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas ao chegar ao chegar ao local confirmou que Dona Dalva estava morta há várias horas. De acordo com Fabrício Linard, o casal tinha o hábito de consumir grandes quantidades de bebida alcoólica, conforme informações fornecidas por familiares. 

Interrogatório 

A falta de detalhes sobre o que levou ao crime foi destacada pelo delegado durante o interrogatório do suspeito. 

Feminicídio

                                                                                                                             Foto: Ed Santos/Acorda Cidade 

Segundo Linard, o companheiro da vítima se mostrou inicialmente vago quanto às circunstâncias do crime. Em certo momento, ele expressou arrependimento, mas não especificou o que o perturbava. No final do interrogatório, o suspeito admitiu que havia desferido os golpes na cabeça de Dona Dalva, embora não pudesse recordar das circunstâncias. 

“Em dado momento ele diz que não se lembra, e outro ele fala que se arrependeu, depois não fala do que se arrependeu, mas pelo final do interrogatório ele terminou revelando que realmente deu esses golpes, mas que não lembra as circunstâncias e não nos revelou, imaginando que deve ter tido uma discussão, uma vias de fato. O que nos sugere é que ele tenha dado esses golpes na cabeça dela, mas estes golpes só foram fatais algum tempo depois. Acredito que ela tenha sofrido por algumas horas e, pela nossa experiência, caso ele tenha pedido socorro pra ela, ela teria sobrevivido”, informou o delegado ao Acorda Cidade. 

Alteração da cena do crime 

O delegado sugeriu que, com mais informações, o autor poderia beneficiar-se com o benefício da confissão, ressaltando a importância da coleta de detalhes sobre o ocorrido. As tentativas do suspeito de obscurecer o local do crime também foram apontadas por Linard, incluindo lavar roupas e sobrepor um colchão limpo sobre a cama ensanguentada. A polícia ressaltou que o cenário e a natureza das lesões descartaram a hipótese de uma queda acidental. 

“Ele tentou macular o local, encobrir vestígios, lavou algumas roupas, sobrepõe a cama que estava suja de sangue com outro colchão. Encontramos o colchão com uma poça grande sangue, o que descarta a questão que ela tenha sofrido uma queda da própria altura, igualmente pela característica das lesões, que não condizem com as de uma queda. Ele termina realmente por informar de forma vaga as circunstâncias. Podemos dizer que temos uma confissão por parte do flagranteado, mas não rica em detalhes”, declarou. 

Feminicídio 

A família relatou que ela havia sido vítima de agressões anteriores e que eles frequentemente tentavam retirá-la dessa relação. No entanto, Dona Dalva permanecia ligada ao suposto agressor, o que demonstra a complexidade das dinâmicas de relacionamento envolvendo a violência doméstica. 

“A gente até explica que estes pormenores de como tudo aconteceu ajudariam ele. Caso ele venha a confirmar em juízo ele terá o benefício da confissão, mas temos aqui a construção de um feminicídio. Ela morava com a filha e frequentava bastante a casa do flagranteado. Podemos dizer que era um namoro. A família nos revela que já tinha cinco anos nesta relação. Sem margem de dúvida foi um feminicídio, estava em um ambiente doméstico, familiar, apenas o casal. Ele já tinha agredido ela outras vezes, a família não aceitava, sempre tentava tirá-la daquela relação, mas como disse a filha, ela gostava muito dele”, disse. (Acorda Cidade).

 

 

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